sábado, 30 de junho de 2018

É Preciso Dizer Não à Cultura do Estupro

As estatísticas sobre estupro há muito tempo não mudam e infelizmente as pesquisas apontam que, seja de adulto, seja com criança, muitos estupros ocorrem dentro do ambiente familiar, seja na residência da vítima ou na residência do agressor. 80% dos casos contra crianças, estão nestes resultados aterrorizantes: no caso das crianças especificamente, o lar já não é mais o lugar mais seguro do mundo.



Estupro de Vulnerável - Violência que destrói Uma Vida Inocente
A cada 11 minutos um estupro é cometido o Brasil e os mais vulneráveis nas mãos dos monstros  agressores são crianças, que nas palavras da lei em relação ao crime, são os menores de 14 anos. Mas mulheres adultas também vivem com temor e pavor por isso: o medo de ser estuprada.

Na lista, parentes e amigos são os primeiros, seguido pelos padastros e em seguida o próprio pai ou até o avô - no caso de crianças - para horror das famílias. Uma chaga que vai marcar para sempre a vítima e os laços familiares. As terríveis marcas do crime deixarão uma ferida de estresse pós-traumático, crises de ansiedade, depressão, terror noturno, dentre outros problemas.

Os números confirmam relatórios de um dos maiores e mais sérios institutos de pesquisas do país, o IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, que afirma que o estupro ocorre na maioria das vezes dentro do seio familiar. 

  




Os Delegados (as) afirmam: Protejam Suas Crianças, Todo Cuidado é Pouco


É muito difícil perceber os sinais que as vítimas demonstram, pois geralmente elas estão sob coação, ameaçadas pelo agressor, mas com um pouco de desconfiança (necessária) e observação mais sutil,  pode-se reconhecer várias pistas de que uma criança está sendo abusada. 

Lamentavelmente, a grande maioria dos estupros com crianças ocorre dentro da família e esse fato deixa qualquer pessoa desnorteada, mas assegurar a proteção dos vulneráveis é o que importa. É necessário redobrar os cuidados em relação às crianças.  Mas denunciar é o começo para acabar com a "cultura do estupro".


Em relação ao estupro de mulheres adultas,  também as estatísticas mostram boa parte dos agressores são seus parentes, inclusive seu cônjuge, um dos motivos que as impedem de denunciar seus algozes, pois estes as amedrontam, ameaçam, subjugam, além disso, as vítimas  se sentem envergonhadas e humilhadas.

                                  

Denunciar - A Primeira Providência para Acabar o Sofrimento

As pesquisas ainda concluem que muitos poucos casos são denunciados, o que prejudica muito a punição e aplicação da lei contra os abusadores. Só 10% são denunciados e em  apenas 1% os abusadores são punidos. algumas mulheres afirmam nas delegacias que não denunciam porque acham que seu agressor não será punido ou será solto facilmente.

 
Estupro é Crime Grave - A Culpa é do Estuprador
É preciso parar com a conivência, o silêncio, a vitimização, o sentimento de impotência. Quanto menos denunciar, mais os criminosos ficarão soltos e podem fazer de novo, vitimar outra pessoa, traumatizar, ferir ou até matar, uma criança ou mulher, embora o Senado tenha aprovado penas mais graves para crimes de estupro, vai de 6 a 30 anos.

Estupro é crime grave, de uma violência indescritível, pode ferir para sempre uma pessoa, destruir a infância e adolescência de uma criança. É fundamental  denunciar os casos. Quem desconfia ou tem certeza deve denunciar. É preciso dizer não à cultura do estupro.  




Desrespeito Absurdo: a Cultura Machista de Colocar a Culpa na Mulher

A cultura e o comportamento machistas que vigora no Brasil, contribui para as poucas denúncias que ocorrem dos casos de estupro. Enquanto a mulher - seu corpo - for vista como um objeto a serviço do homem (a objetificação da mulher), será difícil conseguir diminuir os números de casos de estupro. Até dentro do casamento (heterossexual), muitas mulheres se sujeitam às vontades dos maridos. Não se pode naturalizar o estupro. 


Outro agravante é achar que a mulher é "culpada" por estar tarde da noite na rua ou vestir-se de maneira "inadequada", ou seja, há uma culpabilização da vítima do estupro pelo seu comportamento e uma aceitação e normalização do comportamento do homem, que é justificado por ter estuprado. A mulher, como minoria, é vítima potencial.

Um homem solteiro é bem visto na cultura brasileira - ele está "curtindo" a vida - a mulher solteira, após os 30 anos, é chamada de encalhada e deve ser infeliz. Um completo absurdo e desrespeito contra a mulher, que tem direito às suas próprias escolhas - como se vestir e onde quer andar, como quer viver, se relacionar, etc.



A mulher é cidadã e uma pessoa com direitos iguais em todos os âmbitos sociais, da lei, assegurados na Constituição. Assegurar que os direitos sejam dados por igual a homens e mulheres se faz urgente. Debater a questão da igualdade de gêneros desde a escolarização, é outro meio para tentar exterminar a "cultura do estupro", do homem que se acha no direito de possuir o corpo da mulher como quiser, inclusive com violência.

Tanto construir outras formas de masculinidade para o homem, que deve deixar de ser considerado só o provedor,  reprodutor, dominador e detentor da maioria das posições na sociedade (na mídia,  na escola e no trabalho por exemplo), quanto cuidar de empoderar as mulheres, que precisam ser respeitadas nestes mesmos lugares e posições da sociedade. A igualdade e equidade dos gêneros irá garantir as ferramentas de combate à cultura do estupro.

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