segunda-feira, 25 de junho de 2018

Violência Contra Crianças - E a Segurança Pública Brasileira?

O Brasil inteiro acompanhou estarrecido as últimas notícias sobre a violência crescente voltada contra algumas crianças do mês de abril até hoje. Nesse período, três crimes chocantes abalaram nossa fé na humanidade, tendo em vista que, os seres mais vulneráveis que temos a obrigação de proteger, as crianças, foram as vítimas de crimes sórdidos, de uma crueldade indefensável. Mas a violência não precisa ser a marca da identidade brasileira.


Violência Policial em Cheque

Dois meninos de 3 e 6 anos, Joaquim e Kauã , em abril, uma menina de 12 anos, Vitória Gabrielly e um adolescente de 14 anos, Marcos Vinicius, estas últimas, mortas agora em junho. Os brasileiros precisaram reunir muitas forças para tentar aproveitar as festas juninas. 



Caso Vitória Gabbrielly de Apenas 12 anosFicamos horrorizados e muito abalados com a indiscutível perversidade humana crescente. Há indícios fortes de envolvimento dos próprios familiares em alguns crimes. 

Não importa. Que a punição seja rigorosa para todos os criminosos envolvidos, que nenhum deslize passe em branco, que toda a apuração resulte em pena máxima àqueles responsáveis por tamanha monstruosidade. 



Segurança Pública Brasileira , Sem  a Qualidade e Eficiência que Precisamos

As famílias brasileiras normalmente contam muito pouco com a segurança pública para proteger sua integridade. A cada crime violento e cruel, principalmente contra inocentes e indefesas crianças, a Segurança Pública brasileira demonstra que está ainda muito longe de ter a qualidade e eficiência da qual nós brasileiros merecemos, afinal, pagamos uma das maiores taxas de impostos no planeta e combater as desigualdades gritantes é um dos focos principais.

Não temos competência suficiente para garantir a inviolabilidade de nossas crianças, pelo que temos visto, através dos noticiários e redes sociais. Desde o absurdo intolerável da morte da vereadora Marielle Franco - que expôs a fragilidade do nosso serviço de proteção à pessoa - a maldita corrupção, e mais uma dezena de falhas,- - como a violência sistêmica, que tem se enraizado na sociedade - quando não, desculpas esfarrapadas sobre a atribuição de culpa pelos crimes.

Caso Adolescente Marcos Vinícius de 14 anos


O menino Marcos Vinícius foi morto por tiros em um suposto embate policial no qual helicópteros disparavam suas armas sobre a população. Que tipo de proteção é essa? Como podemos proteger nossas crianças com ação policial desse tipo? Que presidente vamos eleger que possa nos garantir nossa segurança através das políticas públicas na área? Combater o crime preventivamente e coercitivamente deveria ser uma meta viável e urgente.


Nossa Deficiência em Ver o Que Está Acontecendo Só Não é Pior do Que Não fazer Nada

Será que estamos embotados com máscaras como carnaval, copa do mundo e quatro telenovelas diárias, que nos ajudam a fingir que não vemos e encolhem nossa capacidade de discernimento?  A tal ponto de não ligarmos, negligenciarmos ou sequer reconhecermos a gravidade do problema da Segurança Pública brasileira, deficiente e inapta. Investimos milhões em festas de altos cachês a artistas caros  e mal investimos o básico para a segurança pública - equipamentos, infra estrutura, coordenação, salários, etc. 

É fundamental para efetuar as mudanças necessárias, questionarmos incanssavelmente as políticas para o cidadão que temos, e buscar quebrar as amarras das desigualdades sociais, passarmos a exigir muito mais das autoridades que nos representam no que diz respeito à nossa segurança e à inviolabilidade de nossas crianças, nossa garantia de futuro e nossos verdadeiros bens. 



O Que Podemos fazer Para Diminuir a Violência no Brasil?

Os moradores da favela da Maré onde o menino foi baleado, fizeram um mobilização quando fecharam ruas. Isso é bom, mas não é suficiente. Os colegas, amigos e familiares da menina Gabrielly, lotaram o cemitério onde a menina foi enterrada, comovente, mas não é suficiente. Somos privilegiados por sermos um país jovem e devemos proteger isso.

As redes sociais entraram em pane com as notícias das mortes dos pequenos Kauã e Joaquim de 3 e 6 anos, é um alento, mas não é suficiente. Nada da magnitude do emocional, seja ação ou reação, será suficiente, infelizmente. Colocamos nossa dor para fora, mostramos nossa indignação com o horror dessa banalidade com a vida humana, mas precisamos muito mais do que isso.


Ir além da dor é difícil, mas só as ações efetivas de controle, de cuidado, de prevenção, de política de segurança pública séria, honesta, competente, poderá assegurar os meios de diminuir a violência que avança a passos largos.

Precisamos entender a força que temos nas mãos , sem armas, mas com nossos votos.  E, ao perguntarmos como está a Segurança Pública Brasileira, lembrarmos que nossos representantes políticos têm que responder aos nosso anseios, às nossas necessidades. E acabar de uma vez com as duas polícias que há no Brasil: a polícia dos ricos, que alivia penas, e polícia de pobre, que na ponta oposta, extermina sem razão.

Exceto, claro, quando os cruéis assassinos são pessoas da própria família. Aí, sim, o sofrimento que temos e vemos é indescritível. Não conseguimos medir o tamanho da impotência que nos deparamos para tentar entender e fazer descer pela goela uma monstruosidade dessa magnitude

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