quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Consciência Negra e a Estupidez e Descaso da Desigualdade Social

Distorções na distribuição de oportunidades são uma chaga no Brasil, e penaliza de tal maneira a população negra que podemos falar em massacre em certa medida. Um dado infeliz, um dado de retrocesso que parece não afetar a maior parte da outra metade da população, que passa boa parte da existência ignorando os dados estatísticos sempre piores a cada ano. E a imprensa também coaduna com toda estupidez e o descaso da desigualdade social, ao publicar pautas que vão de encontro às lutas do movimento negro e no mês da consciência negra, os destaques não são mais que pífios.




Nada a comemorar no mês da consciência negra, que muitos relegam ao esquecimento proposital, tanto autoridades, quanto cidadãos de classes mais favorecidas, muito mais envolvidos com noticiários duvidosos e manipuladores, além de gastarem o dinheiro (do rentismo explorador) de  que supõe deixá-los superior às outras classes. Triste e perversa miopia nacional, que cimenta o país num esfacelamento irreparável em vários aspectos. Essa parcela privilegiada da população quer muito além do necessário e o resto dos brasileiros que se virem com a ninharia que conseguem.




Quem se preocupa  com a redução da desigualdade social?

O que se vê claramente e o que se tem de fato, é uma despropositada ignorância sobre as necessidades reais de mudança do panorama, que não se dá a devida importância, um emaranhado cada vez mais crescente de injustiças sociais em quase todos os âmbitos da sociedade, que penaliza de maneira cruel uma parte da população mais ativa e representativa do povo brasileiro.



As demandas da população negra são tão invisibilizados e "naturalizados", que uma parte da própria comunidade negra nem pensa sobre isso com o teor da gravidade que o quadro apresenta, devido a fatores externos que vão além de sua consciência.  A "consciência" negra no Brasil branco é medíocre. Não sabemos o suficiente, não nos importamos o suficiente, nem também temos empatia suficiente. 

Passam ao largo das preocupações das autoridades uma agenda (urgente ) de necessidades a sanar da comunidade negra. Assim é,  tendo em vista que o racismo é rechaçado nas vias burocráticas - cínicas e hipócritas - imersas e institucionalizadas no território brasileiro, que, no entanto é pátria de todos, negros e brancos. 

Não aceitamos que fomos escravistas durante 300 anos, 300 anos! Não são três anos, nem trinta anos. E não enfrentamos abertamente que existem resquícios degradantes do escravismo ainda em nossos dias. Direitos humanos no país estão em vias de tornarem-se piada. Ao fim e ao cabo, quem se preocupa com a redução da desigualdade social? 

Negros Penalizados - Genocídio da Juventude Negra

Problemas como exclusão no mercado de trabalho, mortandade de população negra, especialmente homens negros, escolarização deficiente no ensino público de má qualidade; racismo institucional, racismo estrutural, preconceito naturalizado e enraizado no cotidiano; discriminação nos salários pagos a negros (sempre menores); poucas políticas públicas dirigidas à comunidade; encarceramento em massa da população negra; ensino superior com pouca representatividade negra; a objetificação do corpo negro; dentre outros gravíssimos quadros conjunturais e estruturais existentes no Brasil.

                                          


Até Quando Suportar as Dezenas de Desigualdades e Injustiças?

Exemplos de estatísticas  vergonhosas, absurdas e horrendas como o "mapa da fome"(tendo em vista estarmos no século XXI com tantos "avanços" em variadas áreas) do qual havíamos saído recentemente; a mortalidade infantil e a extrema pobreza são temas desumanos que incidem sobre a população negra com mais densidade. Temos portanto, a estupidez e o descaso com a desigualdade social, historicamente perpetuada, vale ressaltar.


As conquistas para minimizar estas situações são tímidas e pouco afeta a consciência dos gestores de mecanismos burocráticos/outros que deveriam estar à frente das tomadas de decisão e ação efetivas a fim de reduzir os números negativos. Mas a maior parte dessas gestões são controladas por uma elite branca - burocrática, financeira e social - que pouco se importa com isso. Há engessamento e desinteresse colossal nesse sentido.


A gravidade do contexto se move também - obviamente e talvez até com maior intensidade - aos mais frágeis, as crianças, que são ainda mais penalizadas, tendo em vista a fragilidade em relação aos adultos, que deveriam ser seus protetores e garantirem o bem estar e a segurança física, social e emocional dos pequenos (segundo a lei, menores de 0 a 12 anos). 

Mas as falhas, os erros, a irresponsabilidade, o descompromisso em honrar a dignidade humana das crianças, especialmente das crianças negras, tem sido crescente. As políticas públicas destinadas às crianças no Brasil vão quase a zero. Pode-se argumentar erros semelhantes se nos referirmos aos idosos brasileiros, e idosos brasileiros negros.

O menosprezo em providenciar políticas públicas que ofereçam creches adequadas, escolas bem equipadas, programas de saúde pública de boa qualidade,  áreas de lazer estruturadas e acessíveis (praticamente não há parques, praças e quadras de esportes nas cidades), dentre outras tantas mazelas no que diz respeito às crianças brasileiras de classes média baixa, filhos de assalariados de uma maneira em geral, quanto mais as dentro do espectro da pobreza e extrema pobreza.

E a Mulher Negra? Onde Estão os Direitos da Mulher Negra Brasileira?

Em mês de campanha da consciência negra, as manchetes na mídia impressa são irrisórias, nos meios digitais há um pouco mais conteúdos, sem efetivamente serem absorvidos e notados com o discernimento que deveriam provocar. O interesse pelas causas negras ainda é restrito, só grandes celebridades televisas chamam a atenção, eventualmente.

Em relação às mulheres negras este contexto é potencializado, pois dificilmente há destaques para mulheres negras e seus êxitos diários em meio a um universo nacional notadamente branco, machista, racista e misógino.


Se, só pelo fato de ser mulher já existe uma rede colossal de dificuldades adversas para lidar, ser mulher e negra  potencializa este estado. Há muito o que se discutir, problematizar e buscar sistematicamente as soluções - iniciais, parciais ou totais - para as dezenas de questões e desafios com os quais a mulher negra padece, a partir do momento em que nasce até sua vida de adulta plena.

No quadro atual pode-se citar  desde o acesso ao mercado de trabalho igualitário - vagas e salários - pelo menos com as mulheres brancas (porque a ambas é desigual em relação aos homens brancos); ao feminicídio da mulher negra, que cresce; abertura dos espaços de poder com representação negra; programas de saúde feminina; acesso equitativo às instituições de ensino,  dentre outras adversidades e cenários limítrofes. 



As questões do negro brasileiro são condenadas a serem questões ínfimas, sem valor. E isso é historicamente construído desde a famigerada falácia da abolição da escravatura. O panorama de reparações das dezenas de injustiças cometidas ao longo dos anos é enorme e insano, despertam pouca relevância até os dias atuais. A partir do exposto, a luta da militância e todos os progressistas e humanistas, tem de ser incessante senão será sempre relegada à invisibilidade, à estupidez e descaso da desigualdade social em terras brasileiras.

sábado, 25 de agosto de 2018

O Que é Sexismo ? E O Que Eu Tenho a Ver Com isso?

O Sexismo na Sociedade


Sexismo é um termo que em tese significa tanto a ação, como o pensamento discriminatório para com alguém baseado em seu sexo, seu gênero e sua orientação sexual. Em outras palavras, é quando temos atitudes, ou falamos, em relação a alguém de acordo com uma orientação (deturpada) de que um gênero é "melhor" do que outro. Um conceito totalmente errôneo, que já prejudicou - e feriu - milhares de pessoas, especialmente as mulheres.


Estas atitudes e pensamentos sexistas, infelizmente, foram muito internalizados e naturalizados pelas pessoas ao ponto de passarem "em branco", sem ninguém prestar atenção a elas ou fazer alguma coisa a respeito. Nesse sentido, as mulheres padecem do pesadelo  da discriminação de maneira invasiva, dolorosa e humilhante em quase toda a trajetória de sua vida.  


Como Identificar o Sexismo


De certa forma, esse ato nocivo e abusivo, permanece praticamente invisível na sociedade e muitas vezes, inclusive, as próprias mulheres podem aceitá-lo com quase naturalidade. O fato de conviverem com os abusos indefinidamente, sem ter uma noção clara de que há discriminação e humilhação naquela ocasião específica, deixa as mulheres sempre vulneráveis, principalmente aquelas que têm baixa escolarização e baixo rendimento.


Aonde está o Sexismo no Dia-a-dia? Como Posso Identificar Esta Discriminação?


Diariamente as mulheres são vítimas de comportamentos sexistas e muitas destas vezes não conseguem sequer enxergá-los. Mas há muita pessoas, grupos e instituições interessadas em acabar com este discurso de desvalorização e abrir os olhos das mulheres para o discurso do empoderamento, quando a mulher sai da ordem da submissão e passa a ter domínio consciente de todo seu potencial como pessoa, sem se desmerecer por ser mulher. 

                           
É o peso do discurso reacionário, dos achismos, do senso comum, extremamente pejorativos em relação a mulher, que também definem esta condição de sexismo arraigado.

 Os resultados do patriarcalismo e machismo ainda muito presentes na sociedade brasileira, certamente contribuem para que este contexto de dominação (de um gênero sobre o outro) sobreviva tanto tempo.

É preciso atacar e tentar acabar veementemente com estas disposições de sexismo ainda muito atuantes na vida social. Muito pode ser mudado a esse respeito, desde já, ainda na infância, de homens e mulheres.

                                      


A equidade de gêneros, quase inexistente no Brasil, é tema de muita discussão dentre os grandes tópicos dos direitos humanos. A desigualdade entre os gêneros pesa enormemente, no que diz respeito a questões do cotidiano, como com o trabalho, com a educação, os afazeres básicos do cotidiano, nos esportes, na cultura,  no lazer, etc. 
A mulher enfrenta muito mais dificuldades que os homens quando vai buscar sua inserção na sociedade e poucas conseguem assumir uma posição em pé de igualdade com os homens.

Como Podemos Nos Posicionar contra o Sexismo?

São muitas as maneiras de combater o sexismo presente nas  entranhas da sociedade brasileira, mas deve-se começar este processo, primeiramente, ao aceitar a existência deste fardo discriminatório, absurdo (desde sempre) e perverso. 

Na escola quando pequenos, meninos e meninas precisam interagir em condições igualitárias de aprendizado e tratamento ; como também na adolescência e ao entrar na vida adulta, com cargos, salários, oportunidades, nos ambientes sociais, religiosos, esportivos, culturais,  familiares e até físicos.  Absorver, na contramão do senso comum, que as mulheres podem ser e fazer tudo como são e fazem os homens, se assim desejarem, desde a mais tenra idade.
Sexismo - Desigualdade de Gênero

O sexismo - a desigualdade de gênero - é um oponente que mina os esforços de crescimento da própria vida humana. Pois, ao excluir parte substantiva dela - a força da mulher - que é imprescindível para levar adiante a história da humanidade,  priva-se de ir adiante. Mas apenas em pé de igualdade poderemos unir forças e nos elevar como seres humanos a novos patamares. 

Você pode gostar também de: https://www.youtube.com/watch?v=n5q91ZtGGwk ;    https://www.youtube.com/watch?v=9wmeN8AfPHo&t=466s; https://sociologiahojemdia.blogspot.com/2018/08/tatiane-mais-nova-vitima-do-feminicidio.html ;  https://www.huffpostbrasil.com/soraya-chemaly/10-sexismos-do-dia-a-dia-e-o-que-voce-pode-fazer-a-respeito-dele_a_21679806/




quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Tatiane: A Mais Nova Vítima do Feminicídio Brasileiro - Até Quando Brasil?

Tatianes, Marielles, Marias, Eloás, Sandras, Patrícias, Elizas, Elianas, e tantos outros nomes que encheriam páginas e mais páginas deste artigo, são algumas das inúmeras vítimas de casos de feminicídio no Brasil, que não param de ocorrer. Foi divulgado nos noticiários de sites e blogs de notícias, que há cerca de 11 mil casos de feminicídio pendentes na justiça do país, para horror e dor dos familiares que aguardam a decisão da lei. 



Tatiane, no entanto, é a vítima que obteve destaque recente na mídia pela exposição dos fatos revelados através das câmeras de vigilância que registraram todo o seu sofrimento nas mãos de um monstro que supunha ser um marido. Para horror, repúdio e indignação de milhares de cidadãos em todo o território nacional e com certeza com alguma repercussão internacional. Nossa república deixou de ser terra do samba e passou a ser terra de matança.

                                    

Somos um Dos Piores Países para Assegurar Proteção  às Mulheres

A cada 11 minutos uma mulher é estuprada no país, a cada 10 minutos uma mulher é espancada. A ONU apontou que o Brasil é o 5º pior país em casos de violência contra a mulher, o feminicídio. Somos um dos piores países do mundo (segundo a mesma ONU, são 193 países) nesse infeliz quesito. E os casos continuam a ocorrer mesmo após a criação da Lei Maria da Penha. 4 mil mulheres mortas e 60 mil estupros em 2017. Até quando?

Lei Maria da Penha Completa 12 Anos de Criação 

A Lei Maria da Penha, recebeu este nome também em decorrência de agressão grave sofrida por uma mulher chamada Maria da Penha, cearense, farmacêutica, que sofreu constantes maus tratos do marido, que disparou um tiro contra ela, que a deixou paralítica, depois o mesmo tentou eletrocutá-la. A lei só foi criada por pressão de órgãos internacionais que acusaram o Brasil de negligência em casos de violência doméstica.

A partir de então o Brasil precisou rever e reformular suas leis e compromissos perante os casos de violência doméstica e familiar, com vistas a assegurar maior proteção às vítimas , bem como agilidade na lei protetiva e assegurar a salvaguarda das mulheres que denunciam  seus abusadores. Há indícios de que, a partir da sanção da Lei Maria da Penha  conseguiu-se um aumento significativo de denúncias dos abusos, o primeiro passo para providenciar a justiça para as mulheres vítimas.


Não Denunciar e Esconder o Sofrimento Ajuda o Agressor a Continuar

Embora a maioria das vítimas tenha vergonha de seu estado, e às vezes até se culpa pelo sofrimento que passa, a mais importante ação para romper com o ciclo de violência às mulheres é a denúncia e afastamento imediato do agressor. Autoridades de Segurança Pública alertam para o fato de que ameaças podem sim representar um  sério risco á vida da mulher. É preciso acabar com o futuro de violência grave ou fatal logo nos primeiros sinais de possessão, ciúmes, agressividade e descontrole dos parceiros. Feminicídio é real.

Especialistas chamam a atenção de que a cultura da dominação masculina é ainda um dos maiores culpados deste número tão grande de mulheres vítimas de crimes. Da sociedade que vê o homem como detentor de direitos adquiridos sobre a mulher, como se dela fosse dono, do seu corpo, de sua vida e ainda pior, como se ela não tivesse valor. E enquanto essa visão , intolerante, estúpida e distorcida de valores continuar, pouca coisa irá mudar. 

Há uma real preocupação na qual teme-se que os caos de violência contra a mulher, o feminicídio, é tolerado pela sociedade  ( crimes também chamados de crimes passionais). É preciso levar a sério as ameaças de morte, entender o que é subjugação, ameaça psicológica, degradação da identidade, desfiguração do corpo e tantas outras mazelas que são descritas e relatadas pelas vítimas e muitas vezes são desrespeitadas nos seus direitos até por algumas autoridades que deveriam protegê-las.



Cada um de Nós Deve Ajudar a Mudar a Cultura Machista Que Mata Mulheres

De um lado, desde cedo as mães podem preparar o filho menino para o aprendizado respeitoso á mulher, bem como a qualquer ser humano. Ensinar a tolerância às frustrações, a ceder, a esperar,  a compreender, a ter empatia, respeitar os direitos dos outros, aprender os limites em todas as situações, aprender que não pode fazer tudo e ter tudo, dentre outros, já seria um primeiro passo rumo a uma mudança social séria.

De outro lado, os operadores do direito (juízes, advogados, etc), precisam ampliar o entendimento sobre as questões de violência que incidem diretamente contra as mulheres, nas tipificações  descritas na Lei Maria da Penha, procurarem ter a clareza de ver aqueles casos em que não foram só de homicídio contra uma pessoa, mas de feminicído em si. Espera-se estes profissionais atualizem-se quanto à Lei aprovada e procurem usá-las em suas práticas.

Leigos, homens, mulheres, instituições de ensino e religiosas, autoridades políticas na criação de mais projetos de segurança pública, na cobrança do uso massivo da lei .  Todos nós brasileiros devemos internalizar a consciência da necessidade urgente de mudanças no cotidiano, no que diz respeito a não mais tolerarmos qualquer tipo de violência contra a mulher.








Voc~e poderá se interessar por: https://sociologiahojemdia.blogspot.com/2018/06/estupro-e-preciso-dizer-nao-cultura-do.html ; https://sociologiahojemdia.blogspot.com/2018/06/violencia-contra-criancas-e-seguranca.htmlhttps://sociologiahojemdia.blogspot.com/2017/10/assedio-nao.html

terça-feira, 3 de julho de 2018

Torcer ou Não Torcer Pelo Brasil na Copa da Rússia? Sou Patriota se Não Torcer por Meu País?

Em períodos de Copa do Mundo sempre surge uma polêmica em torno do fato de que, por ser um período próximo às eleições presidenciais, muitos brasileiros expressam sua preocupação em relação ao suposto descaso que seus conterrâneos mostram pela política e aos problemas do país e só enxergam e dão importância ao que acontece com os jogos do Brasil na Copa do Mundo.

 E aí? Será que aqueles que acompanham os jogos são tão patriotas quanto aqueles que não acompanham e ficam mais envolvidos com os rumos políticos do país? E os que não acompanham os jogos são patriotas, mesmo que não acompanhem os jogos e não torçam pela seleção de futebol brasileira? O que pensam uns dos outros?


Sou patriota se não torcer pelo meu país?

Os padrões da Fifa correspondem aos padrões da maioria dos brasileiros?

Muitos artigos de opinião têm chamado a atenção para a redução da torcida brasileira este ano de Copa do Mundo na Rússia. Houve inclusive algumas pesquisas que apontaram para a real redução de torcedores (Pesquisa Datafolha sobre torcidas) brasileiros, insatisfeitos com o que tem acontecido tanto nos gramados quanto no país. A ficha parece que caiu: estes brasileiros viram que não ligam a mínima para eles, tanto como torcedores, nem como eleitores.
                    Sou patriota se não torcer pelo meu país?

Foi reduzido o número da grande massa de brasileiros que se "descabelavam" pela seleção. O impacto com os gastos astronômicos da última copa aqui no país, juntamente com os escândalos de roubalheira no futebol e ainda a corrupção e escândalos do campo político, que impactaram negativamente a grande torcida nacional, com uma perda de 10% de torcedores.

Alguns sites inclusive mostraram o descontentamento também com os jogadores da seleção, seja porque a maioria não joga no Brasil e aparentemente não têm empatia com a Nação, ,mostram desdém das entrevistas e coletivas, ou não apresentam o futebol carismático de copas antigas.  Torcer pelo Brasil na Copa ficou complicado.

 Bem como o constante aparecimento na mídia envolvidos em fofocas ou em promoções "falsas" (marketing) de campanhas beneficentes, que na verdade só são para auto-promoção e/ou a "ajuda" é tão ínfima perto do que ganham que é impossível não ver a  enganação.

Sou patriota se não torcer por meu país?

Fortunas aos Times, Seleções e Jogadores. E o que ganha o Brasil com isso?

Dentre os argumentos que estão por trás do gradativo desânimo (segundo a pesquisa Datafolha, nos últimos 10 anos) , estão o esgotamento da população com os recentes casos de corrupção política, como também no próprio futebol, os casos de violência das torcidas fanáticas - alguns inclusive com casos de morte. Ser patriota e torcer de verde e amarelo está difícil.

Outros reclamam dos preços altíssimos cobrados nos ingressos e nos produtos, que afastam os de menor poder aquisitivo do esporte,  há os que não gostam de esportes de qualquer maneira e para outros, está a visão clara de que os brasileiros não ganham nada com as fortunas que o esporte arrecada e com isso, a popularidade do futebol tem caído. 

Sou patriota se não torcer por meu país?Além claro, daqueles que afirmam que é o velho esquema dos poderosos - da política e dos esportes , em conluio - que oferecem um espetáculo de "pão e circo" a fim de distrair as massas do que realmente importa e ainda por cima lucrar com isso.

Os três últimos presidentes da Confederação Brasileira de Futebol foram indiciados pela Polícia, outros estão em prisão domiciliar. Os gramados estão sujos. A arquibancada triste.





















sábado, 30 de junho de 2018

É Preciso Dizer Não à Cultura do Estupro

As estatísticas sobre estupro há muito tempo não mudam e infelizmente as pesquisas apontam que, seja de adulto, seja com criança, muitos estupros ocorrem dentro do ambiente familiar, seja na residência da vítima ou na residência do agressor. 80% dos casos contra crianças, estão nestes resultados aterrorizantes: no caso das crianças especificamente, o lar já não é mais o lugar mais seguro do mundo.



Estupro de Vulnerável - Violência que destrói Uma Vida Inocente
A cada 11 minutos um estupro é cometido o Brasil e os mais vulneráveis nas mãos dos monstros  agressores são crianças, que nas palavras da lei em relação ao crime, são os menores de 14 anos. Mas mulheres adultas também vivem com temor e pavor por isso: o medo de ser estuprada.

Na lista, parentes e amigos são os primeiros, seguido pelos padastros e em seguida o próprio pai ou até o avô - no caso de crianças - para horror das famílias. Uma chaga que vai marcar para sempre a vítima e os laços familiares. As terríveis marcas do crime deixarão uma ferida de estresse pós-traumático, crises de ansiedade, depressão, terror noturno, dentre outros problemas.

Os números confirmam relatórios de um dos maiores e mais sérios institutos de pesquisas do país, o IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, que afirma que o estupro ocorre na maioria das vezes dentro do seio familiar. 

  




Os Delegados (as) afirmam: Protejam Suas Crianças, Todo Cuidado é Pouco


É muito difícil perceber os sinais que as vítimas demonstram, pois geralmente elas estão sob coação, ameaçadas pelo agressor, mas com um pouco de desconfiança (necessária) e observação mais sutil,  pode-se reconhecer várias pistas de que uma criança está sendo abusada. 

Lamentavelmente, a grande maioria dos estupros com crianças ocorre dentro da família e esse fato deixa qualquer pessoa desnorteada, mas assegurar a proteção dos vulneráveis é o que importa. É necessário redobrar os cuidados em relação às crianças.  Mas denunciar é o começo para acabar com a "cultura do estupro".


Em relação ao estupro de mulheres adultas,  também as estatísticas mostram boa parte dos agressores são seus parentes, inclusive seu cônjuge, um dos motivos que as impedem de denunciar seus algozes, pois estes as amedrontam, ameaçam, subjugam, além disso, as vítimas  se sentem envergonhadas e humilhadas.

                                  

Denunciar - A Primeira Providência para Acabar o Sofrimento

As pesquisas ainda concluem que muitos poucos casos são denunciados, o que prejudica muito a punição e aplicação da lei contra os abusadores. Só 10% são denunciados e em  apenas 1% os abusadores são punidos. algumas mulheres afirmam nas delegacias que não denunciam porque acham que seu agressor não será punido ou será solto facilmente.

 
Estupro é Crime Grave - A Culpa é do Estuprador
É preciso parar com a conivência, o silêncio, a vitimização, o sentimento de impotência. Quanto menos denunciar, mais os criminosos ficarão soltos e podem fazer de novo, vitimar outra pessoa, traumatizar, ferir ou até matar, uma criança ou mulher, embora o Senado tenha aprovado penas mais graves para crimes de estupro, vai de 6 a 30 anos.

Estupro é crime grave, de uma violência indescritível, pode ferir para sempre uma pessoa, destruir a infância e adolescência de uma criança. É fundamental  denunciar os casos. Quem desconfia ou tem certeza deve denunciar. É preciso dizer não à cultura do estupro.  




Desrespeito Absurdo: a Cultura Machista de Colocar a Culpa na Mulher

A cultura e o comportamento machistas que vigora no Brasil, contribui para as poucas denúncias que ocorrem dos casos de estupro. Enquanto a mulher - seu corpo - for vista como um objeto a serviço do homem (a objetificação da mulher), será difícil conseguir diminuir os números de casos de estupro. Até dentro do casamento (heterossexual), muitas mulheres se sujeitam às vontades dos maridos. Não se pode naturalizar o estupro. 


Outro agravante é achar que a mulher é "culpada" por estar tarde da noite na rua ou vestir-se de maneira "inadequada", ou seja, há uma culpabilização da vítima do estupro pelo seu comportamento e uma aceitação e normalização do comportamento do homem, que é justificado por ter estuprado. A mulher, como minoria, é vítima potencial.

Um homem solteiro é bem visto na cultura brasileira - ele está "curtindo" a vida - a mulher solteira, após os 30 anos, é chamada de encalhada e deve ser infeliz. Um completo absurdo e desrespeito contra a mulher, que tem direito às suas próprias escolhas - como se vestir e onde quer andar, como quer viver, se relacionar, etc.



A mulher é cidadã e uma pessoa com direitos iguais em todos os âmbitos sociais, da lei, assegurados na Constituição. Assegurar que os direitos sejam dados por igual a homens e mulheres se faz urgente. Debater a questão da igualdade de gêneros desde a escolarização, é outro meio para tentar exterminar a "cultura do estupro", do homem que se acha no direito de possuir o corpo da mulher como quiser, inclusive com violência.

Tanto construir outras formas de masculinidade para o homem, que deve deixar de ser considerado só o provedor,  reprodutor, dominador e detentor da maioria das posições na sociedade (na mídia,  na escola e no trabalho por exemplo), quanto cuidar de empoderar as mulheres, que precisam ser respeitadas nestes mesmos lugares e posições da sociedade. A igualdade e equidade dos gêneros irá garantir as ferramentas de combate à cultura do estupro.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Violência Contra Crianças - E a Segurança Pública Brasileira?

O Brasil inteiro acompanhou estarrecido as últimas notícias sobre a violência crescente voltada contra algumas crianças do mês de abril até hoje. Nesse período, três crimes chocantes abalaram nossa fé na humanidade, tendo em vista que, os seres mais vulneráveis que temos a obrigação de proteger, as crianças, foram as vítimas de crimes sórdidos, de uma crueldade indefensável. Mas a violência não precisa ser a marca da identidade brasileira.


Violência Policial em Cheque

Dois meninos de 3 e 6 anos, Joaquim e Kauã , em abril, uma menina de 12 anos, Vitória Gabrielly e um adolescente de 14 anos, Marcos Vinicius, estas últimas, mortas agora em junho. Os brasileiros precisaram reunir muitas forças para tentar aproveitar as festas juninas. 



Caso Vitória Gabbrielly de Apenas 12 anosFicamos horrorizados e muito abalados com a indiscutível perversidade humana crescente. Há indícios fortes de envolvimento dos próprios familiares em alguns crimes. 

Não importa. Que a punição seja rigorosa para todos os criminosos envolvidos, que nenhum deslize passe em branco, que toda a apuração resulte em pena máxima àqueles responsáveis por tamanha monstruosidade. 



Segurança Pública Brasileira , Sem  a Qualidade e Eficiência que Precisamos

As famílias brasileiras normalmente contam muito pouco com a segurança pública para proteger sua integridade. A cada crime violento e cruel, principalmente contra inocentes e indefesas crianças, a Segurança Pública brasileira demonstra que está ainda muito longe de ter a qualidade e eficiência da qual nós brasileiros merecemos, afinal, pagamos uma das maiores taxas de impostos no planeta e combater as desigualdades gritantes é um dos focos principais.

Não temos competência suficiente para garantir a inviolabilidade de nossas crianças, pelo que temos visto, através dos noticiários e redes sociais. Desde o absurdo intolerável da morte da vereadora Marielle Franco - que expôs a fragilidade do nosso serviço de proteção à pessoa - a maldita corrupção, e mais uma dezena de falhas,- - como a violência sistêmica, que tem se enraizado na sociedade - quando não, desculpas esfarrapadas sobre a atribuição de culpa pelos crimes.

Caso Adolescente Marcos Vinícius de 14 anos


O menino Marcos Vinícius foi morto por tiros em um suposto embate policial no qual helicópteros disparavam suas armas sobre a população. Que tipo de proteção é essa? Como podemos proteger nossas crianças com ação policial desse tipo? Que presidente vamos eleger que possa nos garantir nossa segurança através das políticas públicas na área? Combater o crime preventivamente e coercitivamente deveria ser uma meta viável e urgente.


Nossa Deficiência em Ver o Que Está Acontecendo Só Não é Pior do Que Não fazer Nada

Será que estamos embotados com máscaras como carnaval, copa do mundo e quatro telenovelas diárias, que nos ajudam a fingir que não vemos e encolhem nossa capacidade de discernimento?  A tal ponto de não ligarmos, negligenciarmos ou sequer reconhecermos a gravidade do problema da Segurança Pública brasileira, deficiente e inapta. Investimos milhões em festas de altos cachês a artistas caros  e mal investimos o básico para a segurança pública - equipamentos, infra estrutura, coordenação, salários, etc. 

É fundamental para efetuar as mudanças necessárias, questionarmos incanssavelmente as políticas para o cidadão que temos, e buscar quebrar as amarras das desigualdades sociais, passarmos a exigir muito mais das autoridades que nos representam no que diz respeito à nossa segurança e à inviolabilidade de nossas crianças, nossa garantia de futuro e nossos verdadeiros bens. 



O Que Podemos fazer Para Diminuir a Violência no Brasil?

Os moradores da favela da Maré onde o menino foi baleado, fizeram um mobilização quando fecharam ruas. Isso é bom, mas não é suficiente. Os colegas, amigos e familiares da menina Gabrielly, lotaram o cemitério onde a menina foi enterrada, comovente, mas não é suficiente. Somos privilegiados por sermos um país jovem e devemos proteger isso.

As redes sociais entraram em pane com as notícias das mortes dos pequenos Kauã e Joaquim de 3 e 6 anos, é um alento, mas não é suficiente. Nada da magnitude do emocional, seja ação ou reação, será suficiente, infelizmente. Colocamos nossa dor para fora, mostramos nossa indignação com o horror dessa banalidade com a vida humana, mas precisamos muito mais do que isso.


Ir além da dor é difícil, mas só as ações efetivas de controle, de cuidado, de prevenção, de política de segurança pública séria, honesta, competente, poderá assegurar os meios de diminuir a violência que avança a passos largos.

Precisamos entender a força que temos nas mãos , sem armas, mas com nossos votos.  E, ao perguntarmos como está a Segurança Pública Brasileira, lembrarmos que nossos representantes políticos têm que responder aos nosso anseios, às nossas necessidades. E acabar de uma vez com as duas polícias que há no Brasil: a polícia dos ricos, que alivia penas, e polícia de pobre, que na ponta oposta, extermina sem razão.

Exceto, claro, quando os cruéis assassinos são pessoas da própria família. Aí, sim, o sofrimento que temos e vemos é indescritível. Não conseguimos medir o tamanho da impotência que nos deparamos para tentar entender e fazer descer pela goela uma monstruosidade dessa magnitude

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Separação de Famílias - Isso é Política de Imigração?

A ONU - Organização das Nações Unidas- completa 70 anos em 2018 e para comemorar o feito , lançou à época do "Dia Internacional dos Direitos Humanos" - em dezembro 2017 - uma campanha mundial e anual, em Paris, na França. Parabéns à ONU pelos 70 anos de lutas incansáveis por algo inimaginável para muitos, infelizmente ainda, o direito a ser tratado como um ser humano digno.



E a política imigratória praticada atualmente pelo governo Trump, é exatamente o contrário das ações inclusivas de direitos humanos efetuada pela ONU. Lamentavelmente, para dizer o mínimo, soubemos e vemos, estarrecidos, práticas ofensivas, desumanas, racistas, degradantes, contra famílias de imigrantes nos Estados Unidos atual. 

Para sermos mais objetivos, o governo Trump tem separado as famílias, os filhos dos pais, e as crianças estão colocadas em espécies de jaulas. A imprensa mundial noticiou, as mídias sociais propagaram, as discussões e questionamentos só começaram contra esse tipo de política de imigração. E devem crescer ainda mais. Tomara, em vista do horror que esse absurdo reacionário, burocrático,  eleitoreiro e desumano é.


Política Imigratória do Governo Trump



Separação de Famílias - Que Tipo de Opção de Política é Essa?

Essa política de imigração exercida neste momento pelo governo Trump, sequer agradou a todos os membros de seu governo, alguns manifestaram-se contra, se recusam a adotar ou aprovar a barbaridade. Fica difícil lembrar do aniversário de 70 anos da ONU, que talvez  passe em branco, já que os eventos da Copa do Mundo da Rússia e mais os espetáculos governistas de Trump e de outros chefes de Estado mundiais canalizam a atenção de todos.




Manifestantes já foram às ruas nos Estados Unidos , protestar contra esta insanidade:  o governo autorizou seus policiais de imigração a deter as famílias na fronteira Estados Unidos/México e separar pais de filhos. 

Repórteres fotografaram as crianças apreendidas dentro de celas semelhantes a jaulas de animais em condições desumanas. O mundo vê consternado a atrocidade cometida pela política de "tolerância zero" deste governo em relação aos imigrantes ilegais que tentam atravessar a fronteira.

A pressão contra esta atitude chamou  a atenção do Papa Francisco e outras autoridades relevantes pelo mundo e já se ouve rumores de que o presidente americano cogita mudanças no projeto de imigração.


Política de Imigração de Donald Trump
Reação à Política de Imigração de Donald Trump


Indignação e Perplexidade Contra a Política de Imigração de Trump                

                   Uma das maiores revistas semanais norte-americanas, a Times, colocou em sua primeira página  a imagem de uma criança pesarosa, a olhar para o próprio Donald Trump.  A comovente cena correu as mídias do planeta, e causou indignação e tristeza em milhares de pessoas no mundo, que foram às ruas e às redes sociais protestar.

Não bastassem todas as dificuldades, dores e sofrimentos pelos quais as crianças passam mundialmente - guerras, abuso, abandono, trabalho forçado, sequestro, violências, tráfico infantil, outros - soma-se a isso esta situação degradante. Milhões de pessoas foram impactadas com o cenário.

Trump inclusive já publicou em suas redes sociais alfinetadas em relação à política imigratória na Alemanha, quando afirmou que não quer o seu país igualado ao país Europeu, supostamente generoso com imigrantes.


Separação de Famílias - Isto é Política de Imigração?

 O Que a Política de Imigração do Governo Americano  Nos Mostra ?

Pessoas detidas em centros de detenção, sem terem cometido atos violentos, é o que  tem ocorrido nos Estados Unidos. Crianças afastadas de seus pais (cerca de 2 mil), mantidas encarceradas é a prática imigratória nesse momento. 

Recentemente, houve divulgação de um relatório sobre o desaparecimento de cerca de 1500 crianças imigrantes por um departamento do Estado. Não se tem informações seguras sobre o paradeiro destas crianças. As informações colhidas sugerem que as crianças fugiam de violências várias, inclusive abuso doméstico e dos cartéis de drogas.

A insensibilidade e o descaso das autoridades não tem limites. Estas instituições afirmam que sequer têm responsabilidade sobre os desaparecimentos. O contexto de todos os fatos fere direitos humanos básicos. A "humanidade" em cada canto do mundo gradativamente se esvai e certamente leva com ela o sorriso da inocência das crianças.