Há alguns anos, um debate tem acalorado os comentários e postagens nas redes sociais, esquentado o clima nas instâncias políticas, provocado discursos e discussões descabidas e desagradáveis em vários lugares onde pessoas se encontram.
E, aonde deveria haver confraternização, empatia, tolerância e diálogo, há desacordos gritantes, ofensas, insultos e até violência física.O tema: sobre a incorporação ou não da ideia/conceito "ideologia de gênero" no seio da sociedade, em instituições como a escola, por exemplo.
E, aonde deveria haver confraternização, empatia, tolerância e diálogo, há desacordos gritantes, ofensas, insultos e até violência física.O tema: sobre a incorporação ou não da ideia/conceito "ideologia de gênero" no seio da sociedade, em instituições como a escola, por exemplo.
Defesas e ataques ao conceito de ideologia de Gênero
Defensores e opositores do fato têm se estranhado por aí. O que é lamentável concluir que não sejamos capazes, em pleno século XXI, de trazer à tona uma questão, sem desejarmos pular no pescoço um do outro.
Porque pensamos diferente sobre um mesmo tema, não conseguimos discutir, discernir, compreender, tolerar, ponderar, racionalizar, e tentar chegar a um consenso, a um acordo. A Ideologia de Gênero tem provocado divergências gigantes.
Porque pensamos diferente sobre um mesmo tema, não conseguimos discutir, discernir, compreender, tolerar, ponderar, racionalizar, e tentar chegar a um consenso, a um acordo. A Ideologia de Gênero tem provocado divergências gigantes.
Todos queremos apenas ter razão, e com a nossa poderosa razão tentamos apunhalar nosso interlocutor, que naturalmente vira nosso adversário, a quem queremos derrotar custe o que custar.
Esquecemos - em uma fração de segundos - que o mundo é plural, diverso e diferente, que temos o direito de termos nossas condutas e princípios, mas o outro também tem o mesmo direito igualmente. Qual é o detentor completo da razão?
Esquecemos - em uma fração de segundos - que o mundo é plural, diverso e diferente, que temos o direito de termos nossas condutas e princípios, mas o outro também tem o mesmo direito igualmente. Qual é o detentor completo da razão?
Aqui na internet ou em inúmeras situações/espaços da vida real, os discursos, ora sustentam a necessidade de legitimidade de que os corpos têm várias sexualidades e a partir dessa premissa, a sociedade tem que se adequar às novas concepções sexuais identitárias; ora reafirmam e querem assegurar que nenhuma outra concepção da sexualidade além da heterossexualidade, seja a legítima aceitável. Para horror de ambas as partes que sentem-se excludentes mutuamente.
Na briga pelo controle e detenção da sabedoria plena - radicalmente defendida e abarcada - todos saem perdendo. Imperativo sim é saber que ambos os lados da questão da ideologia de gênero têm o direito de decidir sobre suas práticas, escolhas e controle sobre seus próprios corpos e diretrizes de vida.
Apontamos dedos e definimos o "certo e errado" do outro, sem encontrar um termo no qual o respeito integral seja assegurado sem represálias. Um sonho que parece ainda muito distante, a unidade (ou união) na diversidade.
Apontamos dedos e definimos o "certo e errado" do outro, sem encontrar um termo no qual o respeito integral seja assegurado sem represálias. Um sonho que parece ainda muito distante, a unidade (ou união) na diversidade.
Como lidar com o meu direito de pensar diferente?
Alguns argumentam que o problema real está em levar para o âmago escolar, principalmente no que diz respeito aos educandos de educação infantil e ensino fundamental.
Afirmam que a imaturidade das crianças para entender tais dimensões de aprendizado de gênero/sexual não fariam nenhum bem (pois implica que aprenderiam como uma meta curricular) , ao contrário, só as confundiriam ou doutrinariam a acatar posturas que ainda não são para a idade.
Afirmam que a imaturidade das crianças para entender tais dimensões de aprendizado de gênero/sexual não fariam nenhum bem (pois implica que aprenderiam como uma meta curricular) , ao contrário, só as confundiriam ou doutrinariam a acatar posturas que ainda não são para a idade.
Nesta mesma argumentação e aliados ao fator religioso - a religião de cada família, das mães e pais destas crianças - insistem em que esta é uma concepção familiar, para a família resolver ou orientar, não a escola, professores e currículo.
Dirigentes de grupos de proteção aos direitos das famílias e grupos cristãos, são os que mais tomam à frente da oposição, participam de palestras, nas próprias igrejas, nas escolas ou mesmo nas câmaras legislativas onde o tema é debatido.
Dirigentes de grupos de proteção aos direitos das famílias e grupos cristãos, são os que mais tomam à frente da oposição, participam de palestras, nas próprias igrejas, nas escolas ou mesmo nas câmaras legislativas onde o tema é debatido.
Houve avanços na luta pelo direito à diversidade?
Na outra ponta da polêmica, grupos ligados aos movimentos de direitos humanos, movimentos LGBT, Ongs, grupos de estudantes e professores, dentre outros, alegam a importância da inclusão destas categorias de estudo (a ideologia de gênero).
Segundo eles, haveria não só de entendimento da diversidade sexual e de gênero, como também será capaz de fomentar a pacificação nas escolas, entre os alunos e professores, e alunos e seus pares, tendo em vista a quantidade de casos de preconceito, bullying e homofobia no ambiente escolar, muitos deles terminados em ações violentas ou de extrema violência.
Segundo eles, haveria não só de entendimento da diversidade sexual e de gênero, como também será capaz de fomentar a pacificação nas escolas, entre os alunos e professores, e alunos e seus pares, tendo em vista a quantidade de casos de preconceito, bullying e homofobia no ambiente escolar, muitos deles terminados em ações violentas ou de extrema violência.
Para os estudiosos envolvidos nos estudos de gênero e sexualidade , a introdução da educação sexual nas escolas, desde a educação infantil (até 7 anos) e ensino fundamental (entre 7 e 13/14 anos) , não só para estudantes do ensino médio (maiores, geralmente a partir dos 15 anos).
Defendem que é imprescindível criar uma cultura de não violência, que combata a discriminação (violências de gênero, violência contra a mulher, violência homo, lesbo e transfóbica). Justificam para tanto, a introdução da disciplina e seus termos nos parâmetros curriculares do MEC, que asseguraria a implementação dos mesmos na grade curricular de todas as escolas.
Defendem que é imprescindível criar uma cultura de não violência, que combata a discriminação (violências de gênero, violência contra a mulher, violência homo, lesbo e transfóbica). Justificam para tanto, a introdução da disciplina e seus termos nos parâmetros curriculares do MEC, que asseguraria a implementação dos mesmos na grade curricular de todas as escolas.
Os desentendimentos estão longe de acabar sobre essa polêmica da ideologia de gênero. Cada lobby, manifestante, grupo ou associação, brigam ferozmente por seus pontos de vista, agarram-se às suas perspectivas como se fossem escudos para auto-defesa na peleja sem fim.
Ambos os lados tiveram suas vitórias e derrotas, digamos assim. Como se não fosse o "ideal" a paz, a conciliação, a trégua. Não sabemos ainda qual caminho viabilizará o entendimento, quais parâmetros assegurarão o equilíbrio.
Ambos os lados tiveram suas vitórias e derrotas, digamos assim. Como se não fosse o "ideal" a paz, a conciliação, a trégua. Não sabemos ainda qual caminho viabilizará o entendimento, quais parâmetros assegurarão o equilíbrio.
Ambos os lados precisam ser ouvidos, ambos precisam dar visibilidade às suas interpretações, ambos precisam recorrer ao esforço de ouvir o outro, ambos precisam defender seus ângulos da questão e não serem desrespeitados por isso. Estamos vendo aonde a intolerância tem nos levado pelo mundo afora, é incrível que não tenhamos medo disso. Radicalismos deveriam nos assustar. O interesse mútuo deveria ser pela resolução pacífica dos conflitos.
Veja mais sobre o tema em : http://agenciapatriciagalvao.org.br/mulheres-de-olho-2/consideracoes-sobre-ideologia-de-genero-por-debora-diniz/ ; http://midiasemmascara.org/artigos/direito/2016-08-23-20-33-32/ ; http://www.acidigital.com/noticias/autoridade-vaticana-impor-ideologia-de-genero-em-escolas-e-nao-tolerar-o-pluralismo-77619/ ; https://www.geledes.org.br/nao-e-ideologia-de-genero-e-educacao-e-deve-ser-discutido-nas-escolas-diz-pesquisadora/ ; https://guiame.com.br/gospel/noticias/conselho-de-psicologia-repudia-declaracoes-de-marisa-lobo-sobre-ideologia-de-genero.html ; https://formacao.cancaonova.com/atualidade/sociedade/qual-e-a-finalidade-de-inserir-a-ideologia-de-genero-nas-escolas/
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