quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Finados

O dia de Finados, comemorado no Brasil dia dois de novembro, em sua essência é um feriado religioso para que os fiéis dediquem-se às orações para aqueles entes queridos que faleceram. Mais praticado pela igreja católica, no entanto, boa parte das pessoas já incorporaram a data como um momento simbólico para se dedicar a orações, momentos de silêncio e visitas aos cemitérios nas cidades. Pela tradição católica, os párocos pedem que seus paroquianos celebrem este data, levando flores e velas para os túmulos nos cemitérios, bem como frequentando as celebrações do dia que saltam de apenas uma "missa", para três, devido ao intenso movimento que ocorre. Há pesquisadores que afirmam que a veneração do Finados - como símbolo de respeito aos mortos - surgiu desde o século II, e aos poucos foi se formalizando no seio da igreja até que no século XIII instituiu-se o dia 2 de novembro como dia de celebrar todos os mortos.


O tema da morte ainda provoca algum desconforto nas rodas de conversas, como também suscita estudos nas áreas psicanalíticas, religiosas, comportamentais do serviço social, dentre outras. Há muitos questionamentos em aberto para a maioria das pessoas, quando de fato, alguém muito próximo parte, falece. Toda a suposta força e segurança anteriormente apresentada é abalada e sucumbimos à dor da perda, com perguntas sem fim e sentimentos conflitivos Para tratar deste assunto tão caro às pessoas, terapeutas, psicoterapeutas, psicólogos, educadores, religiosos, analisam e vasculham atentamente o comportamento e a psiquê humana a fim de aliviar a dor para os que ficam. Já existem conhecimentos específicos a respeito de terapia de luto, as etapas do luto, como analisar o resultado que este período deixa em nossas vidas, se houve crescimento pessoal, mudança para melhor, avaliação positiva de si ou outros aprendizados internos.

O conhecimento necessário para lidar com a perda de um ente querido e superar essa fase, é parte da preocupação dos profissionais para as diversas etapas da existência: dos adultos, idosos (os mais naturalmente atingidos), mas também jovens e até crianças. Entender nossas vulnerabilidades diante do inexorável da vida, além das sempre presentes frustrações, requer m nível de aceitação da nossa finitude que dificilmente nos preparamos espontaneamente. Somos, ao contrário, sobressaltados diante do inesperado do fim. Talvez por isso, por tantas consequências decorrentes da morte daqueles afetos que se foram, argumente-se a importância de se dedicar um dia especial para celebrá-los.

Segundo o Papa João Paulo II (Reconciliatio  et poenitentia,12)  : "Os ligames de verdadeira amizade entre as pessoas, não se perdem nem terminam com o indiscutível evento da morte. Os nossos defuntos continuam a viver entre nós não só porque os seus restos mortais repousam no cemitério e a sua recordação faz parte da nossa existência, mas sobretudo porque s as suas almas intercedem por nós junto a Deus." 01/11/94 


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