sábado, 25 de novembro de 2017

Menino Desmaia de Fome em Escola na Capital do Governo Brasileiro

Fome, estranho flagelo para nós com a barriga cheia


                    
Seria trágico se não fosse triste, entretanto, este relato consegue ser os dois. Às vésperas do natal 2017 ( pode-se arredondar e dizer que um mês antes), a imprensa brasileira divulgou a sina de um menininho de oito anos, morador do Distrito Federal - capital do governo brasileiro - que surpreendeu sua professora num final de manhã rotineiro na escola. Só que o motivo não foi por uma nota boa numa prova, mas porque desmaiou de fome na sala de aula. 

Manchetes nacionais e regionais, em todas as mídias, no entanto não "viralizou" nas redes sociais. Um a mais, um a menos, dos 13 milhões de esfomeados cidadãos brasileiros, segundo censo do IBGE. No mundo, dados divulgados por órgãos da ONU, anunciaram o número de 815 milhões de famintos. A fome continua um flagelo desumano em pleno século XXI. No caso brasileiro, a um ano das próximas eleições presidenciais, uma criança desmaia de fome na capital do governo brasileiro.



Fome em pleno século XXI ainda existe em todo o mundo

O Brasil saiu do mapa da fome mundial, há tão pouco tempo, desse monstro devorador não só de criancinhas ameaça voltar com muita voracidade disseram técnicos responsáveis por avaliar as ações desenvolvidas. Estes estudiosos têm vista a "Agenda 2030" (com objetivos de  desenvolvimento sustentável), um projeto combinado por vários países membros da ONU para exterminar a fome mundial até 2030.

Caiamos na situação desconfortável de tirar a venda dos olhos pré-eleitoreiros - um só instante ao menos -antes que a massa informe e insana de disputas partidárias comecem a ferver os miolos de todos nós, pois  temos quase oito milhões de pessoas passando fome neste momento!

                               

É possível passar  fome e desmaiar em plena capital do governo brasileiro

Superfaturamento de preços, fraude nas licitações, roubo de verbas dirigidas à merenda escolar das crianças brasileiras que faz meninos como o do Distrito Federal, deixarem de comer o que pode muitas vezes ser a única refeição do dia desses pequenos. Exemplo de alguns dentre outros absurdos frequentes dos quais nos esquecemos no turbilhão da rotina do dia-a-dia. 

Só quem passa por essa dor insana, poderá de fato jamais esquecer. Quando, ocasionalmente, a correta distribuição da merenda ocorre, geralmente é deficiente, insuficiente ou com poder calórico muito baixo. Desmaiar de fome numa escola afinal, pode não ser tão absurdo.

As políticas públicas de distribuição de renda afetaram - em verdade - positivamente o quadro. Paralelamente, a insegurança alimentar (redução da quantidade ou qualidade da comida ingerida) atinge cerca de 50 milhões de conterrâneos, pelos dados da Ebia - Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. 

A questão da distribuição de renda continua quase inerte, com o percentual muito baixo dos que concentram as maiores rendas e uma enorme percentagem dos que recebem renda baixa e/ou insuficiente. A grande maioria dos brasileiros continua a ganhar muito pouco.
                           

A notícia da fome brasileira não viralizou                                                                                       
No site do jornal  Diário de Pernambuco, 21/11/2017 escrito por Wandeck Santiago a manchete era "Chamem Josué de Castro que a fome voltou". O IBGE registrou ainda que em cerca de 2,1 milhões de lares, ao menos uma pessoa que passou o dia inteiro sem se alimentar, por não ter dinheiro para compra comida. 

A escala da Ebia, varia do grau 1 ao grau 4, compreendendo respectivamente: segurança alimentar; insegurança alimentar leve; insegurança alimentar moderada e insegurança alimentar grave. A pesquisa pretende avaliar as famílias de acordo com esses parâmetros para mapear os tipos de gravidade da fome no Brasil. Resultados ruins são os esperados, infelizmente.

  


A geografia da fome de Josué de Castro ainda é atual?                                                                                           

Há setenta anos, Josué de Castro deixou um legado inesquecível aos brasileiros, seu livro "Geografia da Fome", no qual traçou um triste mapa resultante da investigação profunda que fez dos detalhes mais cruéis  do fenômeno da fome no país.

 No livro, contextualizou a privação alimentar por regiões , chamando atenção inclusive para o surgimento de doenças e características da produção de alimentos. Este trabalho, embora um legado inspirador de projetos de combate à pobreza, se configura num dos poucos modelos literários de estudos sobre este problema. Josué de Castro foi embaixador do Brasil na ONU e indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

Este  estudioso humanista questionava o porque do assunto da fome despertar tão pouco interesse nas mesas de debates.Sua frase célebre é comentada até hoje: "Enquanto metade da humanidade não come, a outra metade não dorme, com medo da que não come."
Desmaiar de fome na escola e na capital do governo, parece não chamar a atenção de ninguém.
   
                                         


Veja mais em : http://noticias.band.uol.com.br/noticias/100000846262/quase-14-milhao-de-criancas-estao-em-risco-iminente-de-morte.html  ;  https://tvuol.uol.com.br/video/onu-alerta-para-desafios-em-mundo-com-7-bilhoes-de-pessoas-04020E183662C8912326  ;  http://www.cursoderedacao.net/desigualdade-seis-brasileiros-tem-a-mesma-riqueza-que-os-100-milhoes-mais-pobres/  ; http://www.msnoticias.com.br/editorias/geral-ms-noticias/mais-de-7-milhoes-de-pessoas-passam-fome-no-brasil-diz-ibge/72567/

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Gordofobia - O Que é Isso? Somos gordofóbicos ou não?

Somos gordofóbicos, ou seja, aqueles que praticam gordofobia. 

Sim , nós já insultamos, sim, ofendemos, sim, fomos abusivos, sim, não toleramos, sim não compreendemos, sim, também repudiamos, sim, não  apoiamos, sim, nos intrometemos. Sim, temos que fazer um mea culpa, porque sim, falhamos. apelidamos, apontamos o dedo, cochichamos, fofocamos, falamos mal, criticamos, ridicularizamos, por fim, julgamos. 

Quem não? Atire a primeira pedra. Um policiamento cruel e desmesurado. Mas hoje vem Iza, abalar e sacudir as estruturas que nós criamos e diz, ou melhor,  mostra e dá um tapa em nossa cara: "O meu corpo te incomoda, sinto muito o azar é seu!"

A gordofobia como prática de preconceito está sob a mira de feministas, defensores dos direitos humanos e qualquer pessoa que respeita a outra no direito que ela tem de ser o que quiser.


O filósofo Michel Foucault nos alertou em sua obra a questão do exercício do Poder sobre o corpo ("instituições" com certo poder que controlariam nosso corpo). A mídia, o governo, a escola, a família, a medicina, os desportos, a indústria farmacêutica,  enfim, em todas as instâncias do cotidiano - delineiam os aspectos, as concepções, ao fim e ao cabo, as interpretações sobre o corpo. 

Decidem sobre um "padrão" (no caso analisado, as nuances dentro da gordofobbia) e temos que nos encaixar como quase uma lei. E também há o lucro, o que se ganha com a perseguição do outro com o pretexto de um ideal de beleza (do corpo).

Academias, indústrias de uma maneira em geral, com venda de roupas, revistas, remédios, dvd´s, etc, pressionam, pressionam, apertam o cerco do estereótipo: seja magro, seja fitness, seja slim, esteja no "padrão", não saia da linha, não coma isto, não faça aquilo.
                                      
O "gordo", a "baleia", o "elefante"

Somos Gordofóbicos?

A desconstrução do modelo padrão de beleza ideal tem alcançado gradativamente alguma visibilidade. Embora haja muito chão para percorrer ainda, pontuais atitudes, pequenos espaços foram conquistados aqui e ali. 

Seja lá qual apelido desrespeitoso e humilhante já lançamos, verbalmente ou mentalmente, vem sido catapultado para o lixo da humanidade. E como há imundícies vis, que lançamos como flechas ardilosas, todos os dias para nossos semelhantes, como gordofóbicos que somos.

O termo "gordofobia" é tão infeliz quanto todos os outros. Mas, como temos mania de nomear impulsivamente sem refletir sobre o que há por trás das palavras, foi a ideia estapafúrdia que tivemos. Vá entender o ser humano.

                               
Somos Gordofóbicos?

Um dos personagens do cinema mudo mais divertido foi o "gordo" da dupla "O Gordo e o Magro" (Stan e Laurel ), Jô Soares - gordo assumidíssimo, encantou os brasileiros durante dezenas de anos como comediante e apresentador de programas. 

Nós gostamos de ambos por serem quem são, engraçados, divertidos e certamente não lembramos do quanto são "gordos" enquanto rimos. A gordofobia não passa por nossa cabeça quando interagimos com o outro sem defesas ou pré-conceitos.

Quando agimos naturalmente, libertos da ação do julgamento e acolhemos o outro pelo que ele é, pessoa humana, tal e tal, não sentimos desconforto com sua presença, tampouco repulsa, nem percebemos os padrões impostos.

SomosGordofóbicos?

 "Ah! E a questão da saúde!"??

Sim, com certeza preocupar-se com a vitalidade do nosso corpo é vital (com o perdão da redundância) mas não seríamos todos, gordos ou magros, os de fora ou de dentro do "padrão ideal" responsáveis pelos cuidados com o desempenho físico, com a saúde? 


Somos Gordofóbicos?Nestas imagens, todas as duas garotas praticam maus hábitos alimentares. Não é salutar nem para uma, nem para a outra ingerir tantas calorias, gorduras e açúcares de uma só vez. As controvérsias tem crescido na área médica quanto a este tema. 

Não é 100% garantido que magros estejam bem e gordos, ah!... coitados! Não, doença e males corporais acontecem para uns e para outros, ambos devem se cuidar em igual medida.            
Somos Gordofóbicos
É recomendado analisar e pesquisar o histórico médico e o perfil do paciente a fundo para só depois tirar conclusões sobre o quanto este 'gordo" ou quele "magro" tem a robustez adequada para ter qualidade de vida.
Pré julgamento não vai assegurar esta intenção. 

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Padrões, padrões impostos, quem é mais bonita do que eu?

Somos Gordofóbicos?O panorama da "gordofobia" que vemos, incorre no erro, tanto do julgamento precipitado,  quanto na primordial questão de que, ora, cada um decide como quer viver e não somos nós quem determinaremos como o outro deve agir com seu corpo. 
Se eu quero (aceito) meu corpo com tal peso e aparência, problema meu (as consequências sobre tal decisão são minhas). Eu tenho poder sobre meu corpo, não você (seja indivíduo, seja instituição).

Um indivíduo "gordo" é empoderado do seu corpo?

Empoderar-se é a ação de apropriar-se de si mesmo. E, para nós, gordofóbicos de plantão como um todo, que cresceram e também apelidaram os magros ("você é magra de ruim"), chegam as "gordas de boa".

As "gordas de boa" tomam posse de suas próprias vidas, de suas concepções como mulher no mundo, constroem suas trajetórias a despeito de todo preconceito, discriminação e desqualificação em massa que existe no seio da sociedade - a tal gordofobia

Buscam e encontram primeiro, aceitação de si mesmas, depois aceitam-se para o outro (e não se preocupam nem um pouco com a opinião deste), se auto compreendem com valor do jeito que são. Traçam daí a construção do mundo sob a perspectiva de si, não dos outros, não baseada no que a coletividade determina. Somos mais que nossa aparência física.

                                       

Tem lugar para o gordo no mundo?

A demanda crescente de auto-afirmação tem incorporado algumas mudanças, talvez ainda muito pontuais, mas que já causam certa repercussão. Na área do entretenimento vimos há poucos anos o filme "Preciosa", que narra as desventuras sofridas pela personagem principal que é obesa, negra e pobre.

A internet tem catapultado o protagonismo de mulheres (e homens também) que criam canais de vídeos, sites e blogs, redes sociais em geral, para discorrer sobre seu empoderamento.

Somos Gordofóicos?Em algumas cidades já é realizado concursos da mais bela "gordinha", marcas de roupas - inclusive gigantes do varejo lojista - já  têm em seus catálogos opções números de vestimentas acima do 46, atrizes e apresentadores de tevê conseguem papeis e oportunidades de trabalho, dentre outras incipientes vitórias.
No entanto, inúmeras barreiras ainda precisam ser vencidas. Por trás da segurança e visibilidade de hoje, houve muito sofrimento antes, e solidão, depressão, bullying, abuso familiar, etc, ontem, antes.     

             Somos Gordofóbicos?

 Lei Maria da Penha e a Onu

A fim de assegurar a integridade física, psicológica, mental das mulheres vítimas de violência (os muitos tipos que existem - para tratar em outro artigo), foi criada a Lei Maria da Penha. 

Esta lei estabelece padrões rigorosos para coibir os abusos sofridos e punir os agressores que  humilham, machucam, ofendem, ridicularizam, oprimem, as mulheres de uma maneira ampla, inclusive as "gordas" que, exatamente pelas características dessa alcunha, são abusadas.

A ONU Mulheres e o Pacto Global lançou um programa Princípios de Empoderamento das Mulheres que segundo a nota da divulgação: "São um conjunto de considerações que ajudam a comunidade empresarial a incorporarem seus negócios valores e práticas que visem a equidade de gênero e o empoderamento das mulheres." 

Somos Gordofóbicos?

Por que meu tamanho incomoda tanto?

Os corpos das pessoas não são um atestado de qualidade de vida segundo seus tamanhos. Há pessoas saudáveis "gordas" e pessoas doentes magras, como existe o contrário, A diversidade de diferentes corpos no mundo já nos impõe uma abertura à diferença, a olhar as pessoas, não os seus corpos.

Da intolerância  surge uma quantidade inumerável de bulímicos, anoréxicos, depressivos, suicidas, infelizes enfim. O convívio social fica inviável se não nos dispormos à compreensão da variedade corporal. Gordofobia é sinônimo de intolerância a esta variedade.

Somos Gordofóbicos?
Eu não sou meus dedos mínimos tortos, ele não é a cicatriz do acidente, ela não é a cor de sua ´pele, eles não são a surdez ou a cegueira, não sou minha ansiedade,etc. Nada disso nos representa ou diz quem somos como seres humanos.

Esquecemos rapidamente o que reside na seletividade de corpos como "bons ou maus", por exemplo, daquele juiz e tirano nazista que julgou judeus e outros tantos "tipos" de pessoas como se não tivessem qualidades suficientes para viver.

Pode até não ser ofensivo usar a palavra gordo ou gorda, dizem que depende do contexto e do "jeito de falar", mas se ele ou ela têm um nome, porque não chamar assim?
                                                 

Você poderá se interessar também por outro tema feminino: http://sociologiahojemdia.blogspot.com/2018/03/perdemos-marilelle-e-estamos.html                             

domingo, 19 de novembro de 2017

Temos Consciência Negra hoje ?

A fim de complementar a reflexão sobre o movimento negro no mês de novembro, segue abaixo - na íntegra - a programação da TV Brasil sobre a Semana da Consciência Negra. Veja aqui ainda a programação veiculada pelo Irdeb Bahia referente ao Mês da Consciência Negra. Outra oportunidade de discussão será conferir a palestra que é parte da campanha  "Um dia para você lembrar de todos os outros",  no Teatro Erva Hertz/Livraria Cultura, promovida pelo Salvador Shopping com alguns convidados especiais como a jornalista Maíra Azevedo (Tia Má); Antonio Pita (Diáspora Black), a pedagoga Patrícia Santos (Empregue Afro), ainda a apresentação do recital vozes negras de artistas do Bando de Teatro Olodum.  O diálogo girará em torno do tema Iniciativas Negras para o Desenvolvimento para um Cenário Positivo (veja aqui), na terça-feira, às 18:30.
                                                   

                     TV Brasil celebra Semana da Consciência Negra com especiais

                    Programação inclui atrações musicais, reportagens e discussões

Para celebrar a Semana da Consciência Negra, a TV Brasil apresenta uma série de filmes, debates, programas jornalísticos e musicais a partir deste domingo (19). A emissora preparou cerca de vinte horas de atrações especiais sobre o assunto que vão ao ar até o próximo domingo (26).





A programação temática da emissora pública começa na madrugada deste domingo (19) para segunda (20), à 0h30 com a exibição do premiado filme nacional "Orfeu", drama dirigido por Cacá Diegues, na faixa Cine Ibermedia.
Um dos destaques é a série especial Um Abraço Negro, apresentada pela jornalista Luciana Barreto, âncora do telejornal Repórter Brasil Tarde. Em cinco programas, a produção vai ao ar de segunda (20) a sexta (24), às 20h30, com uma hora de duração.
A atração recebe personalidades para debater a situação dos afrodescendentes no país, analisar desafios, comemorar conquistas e reverenciar grandes expoentes. Participam do bate-papo, as atrizes Elisa Lucinda e Isabel Fillardis; os músicos Pretinho da Serrinha e Marquinhos de Oswaldo Cruz; e a jornalista Flávia Oliveira, entre outros convidados.
Cada episódio aborda diferentes perspectivas de aspectos socioeconômicos, artísticos, históricos e jurídicos. Para encerrar cada bloco de Um Abraço Negro, o projeto Mojubá, da cantora Larissa Luz e do grupo Afrojazz, brinda os telespectadores com performances musicais cheias de vigor, poesia e negritude.
Durante a semana, a TV Brasil também exibe uma série de interprogramas chamada "Até Quando?" que denuncia a situação degradante da população negra no país em áreas como educação, moradia, saúde, trabalho e violência. Os programetes de 30 segundos são apresentados nos intervalos da programação da emissora.
                                

Atrações diárias dedicadas ao debate sobre consciência negra:

A programação especial da TV Brasil inclui entrevistas que trazem reflexões sobre empoderamento feminino e representação da negritude nas diversas esferas da vida. A apresentadora Vera Barroso recebe a cantora Késia Estácio no Sem Censura de segunda (20), às 17h, enquanto a jornalista Roseann Kennedy conversa com a cantora transexual negra angolana Titica, no mesmo dia, às 21h30;
Já no Diálogo Brasil, às 22h30, Katiuscia Neri entrevista a gerente de programa da ONU Mulheres, Carolina Querino, e a secretária-executiva da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Valdecir Nascimento;
Mais cedo, às 19h45, o telejornal Repórter Brasil Noite faz a cobertura factual dos principais eventos em comemoração à data no país. Na última semana, o programa apresentou a série de reportagens "Em Marcha" para celebrar o mês da Consciência Negra.


           
Homenagem a nomes como Ruth de Souza e Candeira na terça-feira (21);
Na terça-feira (21), às 20h30, a jornalista Flávia Oliveira e o históriador Amilcar Araújo Pereira participam do especial Um Abraço Negro com Luciana Barreto. Eles debatem a história das relações raciais e o impacto delas no desenvolvimento socioeconômico brasileiro;
Às 21h30, o Recordar é TV traz um especial sobre a atriz Ruth de Souza. A atração reexibe o programa "Os Mágicos", de 1977, da TVE do Rio de Janeiro. "Eu gosto de trabalhar. Então sempre me apaixono pelos personagens. Acho que Sinha Moça é meu cartão de visitas", disse a artista na época.
Em seguida, às 22h, o bamba Diogo Nogueira recebe o experiente Wilson Moreira e a cantora Teresa Cristina para cantar a obra de Candeia no Samba na Gamboa.
Já às 23h30, o programa Curta em Cena debate as questões de acesso e visibilidade de realizadores e de assuntos ligados à cultura afro no Brasil. No estúdio, a jornalista Tâmara Freire entrevista as realizadoras Mari Campos e Raquel Beatriz sobre o resgate da figura histórica de Tia Ciata através do filme homônimo.
O destaque de quarta (22) é a entrevista que a atriz Isabel Fillardis e o músico Pretinho da Serrinha concedem à jornalista Luciana Barreto no especial Um Abraço Negro às 20h30. Às 23h, a TV Brasil exibe o filme "Raça", documentário dirigido por Joel Zito Araújo e Megan Mylan.

Haroldo Costa fala sobre raciscmo e igualdade de direitos no Trilha de Letras
Na quinta (23), a diretora da Anistia Internacional, Jurema Werneck, e o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Rangel participam de Um Abraço Negro, às 20h30. Eles discutem com Luciana Barreto a participação dos negros nas altas instâncias de decisão e poder, questões relacionadas aos direitos humanos e acesso à justiça.
O escritor, ator, pesquisador de samba e cultura afro, Haroldo Costa, conversa com o apresentador Raphael Montes no programa Trilha de Letras que a emissora apresenta às 21h30. Eles refletem sobre racismo e a luta pela igualdade de direitos.
Em seguida, às 22h, o Caminhos da Reportagem vai até a Serra da Barriga, em Alagoas, para relembrar a história do Quilombo dos Palmares. Logo depois, às 23h, a poeta Luz Ribeiro é a atração da série documental Bravos!.
Para encerrar o especial Um Abraço Negro, na sexta (24), Luciana Barreto entrevista dois talentos recém-descobertos que têm perspectivas artísticas e de vida diferentes, mas complementares: Rafael Mike, do Dream Team do Passinho, e a cantora inglesa com descendência nigeriana Folakemi.
Às 23h, o programa Estação Plural recebe o rapper Rashid para um papo com o trio de apresentadores formado por Ellen Oléria, Mel Gonçalves e Fefito. Os temas em pauta na entrevista são cultura do rap, hierarquia e gratidão.
A banda Ratel mistura diversos ritmos com um trabalho totalmente independente e composições críticas no programa Reverbera à meia-noite.
No sábado (25), às 21h30, o guitarrista Da Ghama, fundador do grupo Cidade Negra, faz apresentação exclusiva no programa Todas as Bossas. O artista mostra seu talento no show "BaixÁfrikaBrasil".
Por fim, no domingo (26), ao meio-dia, o Partituras recebe o pianista pernambucano Amaro Freitas. Minimalismo, bebop, afrojazz, samba, frevo e balada são sonoridades que permeiam o disco 'Sangue Negro', que marca a estreia do artista.
À meia-noite, a angolana Aline Frazão é a convidada do programa Ao Vivo entre Amigos. Cantora, compositora, guitarrista e produtora, ela revela seu trabalho autoral.                            

Programação da Semana da Consciência Negra na TV Brasil:
Domingo, 19 de novembro
00h30 Cine Ibermedia – Orfeu – Classificação 18 anos
Segunda-feira, 20 de novembro
17h00 Sem Censura – Vera Barroso recebe cantora Késia Estácio e outros convidados
19h45 Repórter Brasil Noite – Telejornal acompanha eventos factuais sobre a data pelo país
20h30 Um Abraço Negro – Luciana Barreto recebe Elisa Lucinda e Marquinhos de Oswaldo Cruz
21h30 Conversa com Roseann Kennedy – Cantora transexual negra angolana Titica
22h30 Diálogo Brasil – Especial Mulheres Negras
Terça-feira, 21 de novembro
20h30 Um Abraço Negro – Luciana Barreto recebe Flávia Oliveira e Amilcar Araújo Pereira
21h30 Recordar é TV – Especial sobre a atriz Ruth de Souza
22h00 Samba na Gamboa – Diogo Nogueira recebe Wilson Moreira e Teresa Cristina
23h30 Curta em Cena – Realizadoras ligadas à cultura afro mostram seus curtas
Quarta-feira, 22 de novembro
20h30 Um Abraço Negro – Luciana Barreto recebe Isabel Fillardis e Pretinho da Serrinha
23h00 Cine Nacional – "Raça" – Classificação 12 anos
Quinta-feira, 23 de novembro
20h30 Um Abraço Negro – Luciana Barreto recebe Paulo Rangel e Jurema Werneck
21h30 Trilha de Letras – Raphael Montes recebe Haroldo Costa
22h00 Caminhos da Reportagem – "Palmaes vive" sobre Quilombo na Serra da Barriga
23h00 Bravos! – Poeta Luz Ribeiro
Sexta-feira, 24 de novembro
20h30 Um Abraço Negro – Luciana Barreto recebe Rafael Mike e Folakemi
23h00 Estação Plural – Ellen Oléria, Mel Gonçalves e Fefito recebem rapper Rashid
00h00 Reverbera – Banda Ratel
Sábado, 25 de novembro
21h30 Todas as Bossas – Guitarrista Da Ghama
Domingo, 26 de novembro
12h00 Partituras – Pianista Amaro de Freitas
00h00 Ao Vivo entre Amigos – Cantora angolana Aline Frazão
Criado em 17/11/2017 - 15:15 e atualizado em 17/11/2017 - 15:15



veja mais em : http://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/afro-igualdade/2017-12-12/exposicao-mulheres.html ;


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Ideologia de Gênero - O que Fazemos Com as Diferenças?

Há alguns anos, um debate tem acalorado os comentários e postagens nas redes sociais, esquentado o clima nas instâncias políticas, provocado discursos e discussões descabidas e desagradáveis em vários lugares onde pessoas se encontram.

E, aonde deveria haver confraternização, empatia, tolerância e diálogo, há desacordos gritantes, ofensas, insultos e até violência física.O tema: sobre a incorporação ou não da ideia/conceito "ideologia de gênero" no seio da sociedade, em instituições como  a escola, por exemplo. 

                             
Defesas e ataques ao conceito de ideologia de Gênero                     
       

Defensores e opositores do fato têm se estranhado por aí. O que é lamentável concluir que não sejamos capazes, em pleno século XXI, de trazer à tona uma questão, sem desejarmos pular no pescoço um do outro.

Porque pensamos diferente sobre um mesmo tema,  não conseguimos discutir, discernir, compreender, tolerar, ponderar, racionalizar, e tentar chegar a um consenso,  a um acordo. A Ideologia de Gênero tem provocado divergências gigantes.



Todos queremos apenas ter razão,  e com a nossa poderosa razão tentamos apunhalar nosso interlocutor, que naturalmente vira nosso adversário, a quem queremos derrotar custe o que custar. 

Esquecemos - em uma fração de segundos - que o mundo é plural, diverso e diferente, que temos o direito de termos nossas condutas e princípios, mas o outro também tem o mesmo direito igualmente.  Qual é o detentor completo da razão?

Quem detém a sabedoria verdadeira?

Aqui na internet ou em inúmeras situações/espaços da vida real, os discursos, ora sustentam a necessidade de legitimidade de que os corpos têm várias sexualidades e a partir dessa premissa, a sociedade tem que se adequar às novas concepções sexuais identitárias; ora reafirmam e querem assegurar que nenhuma outra concepção da sexualidade além da heterossexualidade, seja a legítima aceitável. Para horror de ambas as partes que sentem-se excludentes mutuamente. 

Na briga pelo controle e detenção da sabedoria plena - radicalmente defendida e abarcada - todos saem perdendo. Imperativo sim é saber que ambos os lados da questão da ideologia de gênero têm o direito de decidir sobre suas práticas, escolhas e controle sobre seus próprios corpos e diretrizes de vida. 

Apontamos dedos e definimos o "certo e errado" do outro, sem encontrar um termo no qual o respeito integral seja assegurado sem represálias. Um sonho que parece ainda muito distante, a unidade (ou união) na diversidade.

                             
Como lidar com o meu direito de pensar diferente?

Alguns argumentam que o problema real está em levar para o âmago escolar, principalmente no que diz respeito aos educandos de educação infantil e ensino fundamental. 

Afirmam  que a imaturidade das crianças para entender tais dimensões de aprendizado de gênero/sexual não fariam nenhum bem (pois implica que aprenderiam como uma meta curricular) , ao contrário, só as confundiriam ou doutrinariam a acatar posturas que ainda não são para a idade.

Nesta mesma argumentação e aliados ao fator religioso - a religião de cada família, das mães e pais destas crianças - insistem em que esta é uma concepção familiar, para a família resolver ou orientar, não a escola, professores e currículo. 

Dirigentes de grupos de proteção aos direitos das famílias e grupos cristãos, são os que mais tomam à frente da oposição, participam de palestras, nas próprias igrejas, nas escolas ou mesmo nas câmaras legislativas onde o tema é debatido.

                             


Houve avanços na luta pelo direito à diversidade?

Na outra ponta da polêmica, grupos ligados aos movimentos de direitos humanos, movimentos LGBT, Ongs, grupos de estudantes e professores, dentre outros, alegam a importância da inclusão  destas categorias de estudo  (a ideologia de gênero).

Segundo  eles, haveria não só de entendimento da diversidade sexual e de gênero, como também será capaz de  fomentar a pacificação nas escolas, entre os alunos e professores, e alunos e seus pares, tendo em vista a quantidade de casos de preconceito, bullying e homofobia no ambiente escolar, muitos deles terminados em ações violentas ou de extrema violência.
                                      


Para os estudiosos envolvidos nos estudos de gênero e sexualidade , a introdução da educação sexual nas escolas, desde a educação infantil (até 7 anos) e ensino fundamental (entre 7 e 13/14 anos) , não só para estudantes do ensino médio (maiores, geralmente a partir dos 15 anos).

Defendem que é imprescindível criar uma cultura de não violência, que combata a discriminação (violências de gênero, violência contra a mulher, violência homo, lesbo e transfóbica). Justificam para tanto, a introdução da disciplina e seus termos nos parâmetros curriculares do MEC, que asseguraria a implementação dos mesmos na grade curricular de todas as escolas.


Os desentendimentos estão longe de acabar sobre essa polêmica da ideologia de gênero. Cada lobby, manifestante, grupo ou associação, brigam ferozmente por seus pontos de vista, agarram-se às suas perspectivas como se fossem escudos para auto-defesa na peleja sem fim. 

Ambos os lados tiveram suas vitórias e derrotas, digamos assim. Como se não fosse o "ideal" a paz, a conciliação, a trégua. Não sabemos ainda qual caminho viabilizará o entendimento, quais parâmetros assegurarão o equilíbrio.


 Ambos os lados precisam ser ouvidos, ambos precisam dar visibilidade às suas interpretações, ambos precisam recorrer ao esforço de ouvir o outro, ambos precisam defender seus ângulos da questão e não serem desrespeitados por isso. Estamos vendo aonde a intolerância tem nos levado pelo mundo afora, é incrível que não tenhamos medo disso. Radicalismos deveriam nos assustar. O interesse mútuo deveria ser pela resolução pacífica dos conflitos.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

República Brasileira ...É República mesmo ?

                                                               

Comemora-se o feriado do dia da República hoje, 15 de novembro. Segundo alguns dos dicionários consultados, República significa: 1- Governo do interesse de todos; 2-  "Coisa do povo" vindo do latim; 4- Forma de governo na qual o povo exerce sua soberania por intermédio de seus representantes, nos poderes Executivos, Legislativo e Judiciário, outros similares. Em síntese, um governo republicano por assim dizer, seria aquele que enfatiza (prioriza, prefere, opta, privilegia ) o interesse da comunidade (cidadãos, sociedade, povo, população) em oposição (divergência, incompatibilidade, contraste) aos interesses privados.Teoricamente, tudo muito claro. Mas a idealizada "jovem" senhora de 128 anos, claramente afastou-se tristemente de seus conceitos básicos.



Como ajudaríamos nossa distinta pátria mãe a retomar seu rumo, a voltar ao prumo? Que presente daríamos à República Brasileira hoje ao comemorar 128 anos? Certamente alguns milhões embalariam num imenso pacote, Ética. Outros milhões, com certeza presenteariam com Honestidade, em papel bem brilhante. Mais outras centenas de milhares dariam um cartão-presente de Honradez, mais milhões, inevitavelmente ofereceriam Probidade. Tantos mais centenas de milhares num mesmo pacote, Justiça e Equidade , embaladas com fitas de cetim, e por aí vai, uma lista ininterrupta de presentes altamente necessários, urgentes e relevantes. Provavelmente, o presente mais pedido ao "papai-noel" deste ano, seja um país que ande nos eixos republicanos, no qual servir ao povo seja o centro de interesse dos que o governam.
                                                

O desrespeito, desleixo e desinteresse pela coisa pública, perpassa um Brasil calejado pela corrupção sistêmica - deprimente - com a qual nos deparamos, alastrando-se de uma ponta a outra da extensão territorial e em  instituições "tradicionais/respeitosas" que tínhamos como exemplos ilibados de funcionamento e funcionalismo público. Com a economia morna, num banho -maria de índices pífios e estabilidade duvidosa, espremendo mais uma vez uma minoria rica no topo da pirâmide da distribuição de renda, super abastados e privilegiados, dando as costas para a base da pirâmide, larga e pobre, desassistida, desrespeitada e desesperançosa. "O homem é o lobo do homem."                                                                                  




Poderíamos dizer que ficamos à mercê da implosão institucional grotesca na qual damos de cara quase diariamente em nosso cotidiano como pertencentes à sociedade brasileira. No entanto, nos indignamos e ficamos estupefatos porque sabemos que não tomamos parte das pantomimas de negociatas dos quais nossos representantes - escolhidos por nós - são artífices dignos de prêmios. Enquanto quase 60% de nós nos viramos com até pouco mais de dois mil reais para sustentar uma família, encontra-se do lado extraordinariamente oposto, cerca de 50 milhões, em espécie, dentro de um único imóvel. A dificuldade em absorver os números e o fato, praticamente nos deixa catatônicos ou nos transforma em bipolares em uma só tacada: ou nos odiamos por nossas escolhas, ou odiamos os personagens principais dos feitos astronômicos/numéricos/financeiros, ou imergimos numa apatia generalizada de desgosto.

 
                                         
                                  Vamos lá tentar entender o que vamos comemorar hoje.




 Veja mais em:
[15:28, 15/11/2017] +55 71 8165-0486: http://leouve.com.br/o-7-de-setembro-mais-triste-da-minha-historia/ ; http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/m%C3%A1rcio-coimbra/corrup%C3%A7%C3%A3o-sist%C3%AAmica-1.1461737 ; https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2017/05/16/avaliacao-da-distribuicao-de-renda-pessoal-atraves-das-dirpf-2016-ac-201





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domingo, 12 de novembro de 2017

Nova Lei Trabalhista - Nova quer dizer melhor?

Entra em Vigor a Nova Lei Trabalhista

Aprovada em julho deste ano, entrou em vigor ontem ( sábado 11/11) a Nova Lei Trabalhista. Essa nova legislação abarca todas as categorias que eram orientadas pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que mudou cem artigos da antiga lei. Especialistas em direito do trabalho, juristas, teóricos e economistas, divergem sobre possíveis benefícios ou prejuízos que as novas regras impõem aos trabalhadores. A população acata com desconfiança estas imposições. Em geral, todos temem que direitos duramente conquistados tenham sido perdidos.
                                                         
                                                           
       
No entanto, alguns destes especialistas argumentam que os principais direitos trabalhistas que existiam, continuam em vigor, não tiveram alteração, seguem o que rege a Constituição Federal de 1988. Aqueles que são favoráveis às mudanças, apontam que certas medidas tomadas irão beneficiar os trabalhadores, pois deixaram as futuras negociações entre empregadores e trabalhadores mais flexíveis, permitindo que ambos os lados tenham opções menos rígidas para negociar. Situações conflitantes como em relação às férias.

Dentre as novidades instituídas, estão a incorporação de duas novos grupos de trabalhadores como aqueles que realizam trabalho intermitente, ou seja, aqueles trabalhadores que praticam o serviço por hora ou por jornada trabalhada ( exemplo dos garçons), como também os que prestam serviço em casa, de suas residências, os chamados home office (ou tele-trabalho).

                                               


Lados Conflitantes

De um lado, muitos técnicos trabalhistas asseguram que a reforma não prejudicará o trabalhador, já que pontos principais da CLT foram mantidos e aqueles nos quais houve mudanças só irão facilitar as negociações entre patrões e empregados. Sustentam que as medidas tomadas ajudarão a minimizar a crise já que promoverão a contratação de novos empregados, tendo em vista o menor rigor na exigência do cumprimento da lei.

De outro lado, analistas argumentam que a reforma priorizará a vantagem das empresas sobre a mão de obra do trabalhador, determinando ainda mais suas necessidades em detrimento dos benefícios empregatícios.Sustentam que, por exemplo, jornadas menores significam menores salários. Que a flexibilização só afrouxará os laços do trabalhador com a empresa; que há perda de ganhos em caso de trabalho alicerçado em produtividade do que em jornadas pré-estabelecidas.

                                                       


Mais de 100 Tópicos Mudados                                                                                                                 

As jornadas de trabalho, que antes eram de 40/44 horas semanais passam a ser agora (limite) de 48 horas - 44 mais 4 de horas extras - num regime de 12 (doze) horas seguidas. Outra mudança é que o trabalho temporário, que anteriormente era regimentado em 90 dias (ou três meses), será agora exercido durante 120 dias (ou quatro meses), inclusive sujeito a prorrogação. segundo as análises de quem foi contra a nova lei, isso fará com que se precarize - fragilize - mais as condições acordadas entre as empresas e os empregados. Ou seja, os críticos crêm que tais medidas tornaram mais fácil a dispensa dos funcionários, que seguem sem a regulamentação, ficam sem a proteção da lei, além de precarizar ainda mais a força de trabalho. 

                                              

Outro ponto-chave da nova lei que dificultará ainda mais a aquisição dos direitos trabalhistas segundo os argumentos dos críticos, diz respeito ás regulamentações entre empregados e empregadores, tendo em vista que agora o que é negociado pesa mais que o que é legislado. Nesse sentido, boa parte dos direitos assegurados por lei ficarão à mercê das negociações, catapultando direitos que eram tidos como certos, imexíveis. Além destes, outros pontos entram no prisma das negociações:


Pontos em Destaque:                                                                                                                                

⇨ o tempo do intervalo no meio da jornada (partindo do mínimo de 30 minutos);
⇨ o tempo usado para ida/vinda do local de trabalho;
⇨ parcelamento das férias em até 3 vezes;
⇨ acordo sobre o direito ou não, dos lucros e resultados; 
⇨ plano de cargos e salários;
⇨ convenções e acordos poderão preponderar sobre a legislação ("acordo sobre o legislado");
⇨ empresas e sindicatos poderão negociar condições de trabalho opostas das que estão na lei.
Dentre outros.

Debates e polêmicas acenderão as chamas dos dois lados da reforma, daqueles que são contra e os que são a favor. Resta-nos avaliar e entender melhor como podemos nos proteger e resguardar de abusos, já que as medidas foram tomadas e a reforma passou nos trâmites do Congresso. Se esta reforma assegurará mais privilégios para as empresas ou se ampliarão as possibilidades de trabalho para o trabalhador, salvaguardados os direitos legais. Onde estes permanecem íntegros e onde as mudanças implicarão em perdas, ou mais perdas. Após esta observação minuciosa, temos de levar em conta a proximidade da próxima eleição presidencial e recorrer a um voto mais ponderado, menos impulsivo, mais ajuizado e de acordo com o diagnóstico que fizermos.


Aprofunde mais em: https://www.terra.com.br/economia/reforma-trabalhista-saiba-o-que-muda-e-quais-profissoes-serao-afetadas,e485072979f8074ea0648b5d85bf2fadxctnump1.html; ; https://esquerdaonline.com.br/2016/12/22/entenda-reforma-trabalhista-de-temer/ ; http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/trabalhadores-nao-perdem-direitos-com-a-nova-lei-afirmam-especialistas/  ; http://www.contrafcut.org.br/noticias/contraf-cut-disponibiliza-cartilha-da-reforma-trabalhista-d5a0